free trip around the sun



“Living on Earth is expensive, but it does include a free trip around the sun every year.”
       Unknown



Dados da foto:
Autor: Eu
Data: 18 de Agosto de 2011
Local: Porto Santo, Madeira

2011 entre portas

  1. 17 Jan:    LIS - LAD  (Luanda)
  2. 22 Jan:    LAD  - LIS
  3. 17 Fev :   LIS - MAD  (Madrid)
  4. 17 Fev:    MAD - BIO (Bilbao)
  5. 21 Fev:    BIO - MAD
  6. 21 Fev:    MAD - LIS
  7. 22 Fev:    LIS - LAD
  8. 01 Mar:     LAD - LIS
  9. 18 Mar:     LIS - FNC  (Madeira)
  10. 21 Mar:    FNC - LIS
  11. 12 Abr:    LIS - FNC
  12. 25 Abr:    FNC - LIS
  13. 10 Mai:    LIS - LAD
  14. 17 Mai:      LAD - LIS
  15. 09 Jun:    OPO - BVA (Beauvais Paris)
  16. 13 Jun:    BVA - OPO
  17. 12 Ago:     LIS - FNC
  18. 21Ago:     FNC - LIS
  19. 05 Out:    LIS - LTN   (London Lutton)
  20. 09 Out:    LTN - LIS
  21. 09 Out:    LIS - LAD
  22. 15 Out:     LAD - LIS
  23. 26 Out:    LIS - LAD
  24. 02 Nov:     LAD - LIS
  25. 07 Dez:     LIS - FNC
  26. 11 Dez:    FNC - LIS
  27. 13 Dez:    LIS - LAD
  28. 17 Dez:    LAD - LIS
  29. 23 Dez:      LIS - FNC
Este ano fui menos vezes à Madeira, dediquei mais tempo a mim e mesmo assim consegui realizar 3 viagens a mais do que no ano passado

    My Body is a Cage #06


    Mulher que é mulher só mostra no rosto a dor que a apoquenta quando já não consegue aguentar mais.  Após três dias de dores e muito incómodo a classificação de super-mulher é colocada de lado e coloca-se os pés nas urgências do Hospital. 
    Habituada às urgências do Curry Cabral, às taxas moderadoras, à confusão com as macas, polícia e bombeiros, o Hospital Central do Funchal pareceu-me o paraíso para os doentes, até sopa vi a servirem a determinados doentes que estavam como eu, sentados à espera do resultado das análises.
    Os ambientes pequenos atiçam a curiosidade, apelam ao diálogo e é criado um sentimento de preocupação por parte de enfermeiros. Hoje tive a minha primeira urgência, dos últimos 17 anos, cá na ilha e fui muito mais bem atendida cá do que as vezes todas que já fui em Lisboa. 


    Infelizmente ontem não fui a melhor companhia para as minhas amigas no jantar de Natal e hoje arrependo-me de ter bebido um gin tónico.  Felizmente tive-as do meu lado e é sempre bem melhor do que enfrentar tudo sozinha.


    Sobre as amigas...



    A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa.



    Filme: Breaking Upwards (2009)




    Impressionante filme sobre uma relação que parece ter se esgotado ou ter se consumido e cujos protagonistas tentam terminá-la da melhor forma, dando início a pequenas vidas em separado quando notam que as vidas de ambos é apenas uma e aborrecida.
    Excelente banda sonora.



    “This manic cycle of pushing people away and then needing them”



    assim por acaso...

    I want a cowboy



    “I’ve been through a war and a murder trial since then, to say nothing of your sister’s choice of husband.  I don’t want my daughter to be married to a man who threatens her with ruin. I want a good man for you, a brave man. Find a cowboy in the middle west and bring him back to shake us up a bit!”

    Lord Grantham in Downton Abbey (Season 2) Christmas Special


    sei muito bem daquilo que fujo


    "Costumo responder, normalmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens: que sei muito bem daquilo que fujo, e não aquilo que procuro." 



    Michel de Montaigne (1533 - 1592)

    Dados da Foto:
    Autor: Eu
    Data: 27 de Dezembro de 2011
    Local: Câmara de Lobos, Ilha da Madeira

    Do fecho de 2011#04



    As influências de um líder ou suposto líder são desmedidas. (Consigo dizer que ele é algo mais que líder depois de o ter visto a interromper o Secretário Regional das Finanças ao responder aos jornalistas na apresentação das medidas que asseguram a sustentabilidade).

    Grande parte da maioria dos Madeirenses vive num constante estado ébrio e na ilusão que tudo o que têm é do bom e do melhor, e que por nunca antes terem navegado noutros mares acham que o que os rodeia é do mais puro e humilde esquecendo-se de mencionar que muito esforço é valorizado por pequenos laços familiares ou influências cunhadas por nove graus de separação de uma alegada amizade.  
    O IRS era baixo, o IVA era muito mais baixo, ... Senhores, o IVA era quase inexistente, não havia taxas moderadoras e o Madeirense, o que do vale à montanha gasta tudo o que labuta em festas e se queixa informa-me que os ordenados na Madeira são mais baixos em comparação com os do Continente. Pois, meu caro, mas no Continente há muitos ordenados baixos, muitos ordenados miseráveis, muita gente a labutar talvez não na montanha mas no cimento e no alcatrão e no meio da poluição para poder ter o seu pé de meia sem a necessidade de o gastar tudo em minis e ponchas nos arraiais que existem todos os fins-de-semana e sem ter a necessidade de estar sempre a julgar terceiros e mostrar inveja que com uma força inversamente proporcional à sua pequenez tentam destruir a felicidade dos outros.  

    Eu gostaria de poder ter um dia aqui na ilha em que não falassem dos euros dos outros, dos empregos que x tem por causa de y... Gostaria que falassem na primeira pessoa, e que o discurso começasse com algo como:  
    - eu tenho vizinhos que são amigos prestáveis;
    - eu adoro o mar; 
    - eu adoro o sol;
    - eu tenho sorte em viver numa ilha com este clima;
    - eu  vivo perto do mar; 
    - eu tenho o sonho de um dia ver um novo arquitecto paisagístico neste jardim; 

    O viver perto do mar devia ser um pretexto para a felicidade pura e não para o julgamento erróneo e alimentação de sentimentos verdes ... 
    Dados da Foto:
    Autor: Eu
    Data: 27 de Dezembro de 2011
    Local: Ribeira Brava, Ilha da Madeira


    E eu sou aquela que um dia irá regressar em definitivo à ilha... um dia!

    abraços que ardem




    Dagmar: It's such a comfort sometimes, just to have somebody's arms around you. Don't you think? 
    Lars: No
    Dagmar: It feels good. 
    Lars: It does not feel good. It, it hurts. 
    Dagmar: Oh, like a cut, or bruise? 
    Lars: Like a burn. Like when you go outside and your feet freeze and you come back in and then they thaw out? It's like that. It's almost exactly like that. 


    Do fecho de 2011#03



    Desde que recebi a pior previsão da minha vida passaram-se 9 meses. 
    9 meses pode parecer pouco se pensarmos que já tivemos tantos anos de vida. 
    9 meses pode parecer muito se pensarmos na velocidade com que certos sonhos viram pesadelos. 
    9 meses é o tempo de gestação de um futuro ser. 
    Mas foram 9 meses a pensar que este poderia ter sido o pior natal da minha vida.

    Mas não foi e ontem estivemos felizes por ter tido mais uma vez a sua presença.

    Musicoterapia (semana 52/2011)


    O dia 26 de Dezembro é a reunião da família da minha mãe na casa da mãe dela, a minha avó materna.
    Naquela casa a minha avó consegue reunir os seus oito filhos, os vinte e um netos, e os sete bisnetos (e não mencionando os +1). 

    Este ano talvez seja o último em que todas as folhas da grande árvore genealógica se reuna para a troca de prendas do amigo secreto. 

    Dizem que a culpa é da Troika e que o pessoal não tem dinheiro para poupar um ano inteiro * para um par de meias. 





    Belle & Sebastian - Family tree

    *a minha família após a troca de prendas, troca os pápeis do amigo secreto para o ano. Ou seja, a 26 de Dezembro de 2010 eu já sabia a quem ia oferecer hoje. 

    TP1615


    "Voar é muito bom, ter onde pousar é melhor ainda!" 
                                                                           Janayna Ricoly

    súbito cansaço de tudo




    Mas o pior é o súbito cansaço de tudo. Parece uma fartura, parece que já se teve tudo e que não se quer mais nada. 
    Clarice Lispector

    Amanhã quando me apanhar na cama que aprendi a odiar e no quarto com o qual deixei de me identificar, irei aproveitar o facto de poder usar o papel de filha e dormir, dormir muito.

    Ingredientes da vida



    Kate: I wish there was a cookbook for life, you know? Recipes telling us exactly what to do. I know, I know, you're gonna say "How else will you learn, Kate." 
    Therapist: hmm. No, actually I wasn't going to say that. You want to guess again? 
    Kate: No, no, go ahead. 
    Therapist: Well what I was going to say was, you know better than anyone, it's the recipes that you create yourself that are the best
      
    Do filme No Reservations



    Do fecho de 2011#02



    Perdi o controlo em mim mesma na tentativa de achar que podia ser feliz com alguém. Fiz coisas e agi como se tivesse sido possuída. Fui enganada, traída e saí magoada.  Men...


    Também o magoei. Segundo ele, magoei-o quando quis suportar a minha doença sozinha escondendo-lhe a dor que sentia. 
    Dor que me atacava imprevisivelmente, dor que agora consigo evitar que apareça, mas dor que ainda sinto.
    Ter Chron é ter uma doença omnipresente que ataca silenciosamente quando entra algo em nós que gostamos mas que nos faz mal, muito mal. 
    Tal como tu me fizeste. 






    Sou por norma organizada, cheia de planos para o dia-a-dia e a longo prazo. 
    Gosto de ter a mente ordenada, a minha natureza de planeamento é baseada na simplicidade das listas e não costumo ter surpresas de última hora ao aceder à minha agenda.
    Hoje infelizmente já tive duas surpresas. 
    Duas desagradáveis surpresas que colocam em risco a minha estadia na ilha nos próximos 10 dias. 

    Do fecho de 2011#01

    2011 foi muito bom em termos de concertos musicais. 
    Alguns concertos em Lisboa -  realização pessoal no concerto da Joanna Newsom, algumas surpresas nos concertos dos The National, adoração e emoção no concerto do Sufjan Stevens (o meu futuro marido), grande sorriso após o concerto dos The Antlers, alguma confusão após Joss Stone.
    Alguma rouquidão no dia seguinte a Arcade Fire no SBSR, dia que por acaso coincide com a madrugada em que tive uma decepção enorme e apercebi-me que há crianças em corpo de adulto e que tentam brincar às casinhas. 
    Um concerto em Londres onde tive a sensação de pequenez após assistir a Manchester Orchestra. 

    Mas acima de tudo a satisfação em assistir a concertos de bandas portuguesas como Noiserv. 


    Noiserv - The sad story of a little town

    Posso ter afirmado com todas as minhas forças que foste um elemento neutro na minha vida e que ao mesmo tempo continuas a ser o homem que amei no passado.
    Mostraste felicidade quando te contei que tinha uma espécie de namorado. Ficaste furioso quando te contei o que aconteceu. 
    Aos poucos a tua neutralidade ganha protagonismo e voltas a transformar-te numa das constantes da minha vida. 
    Obrigada pelo apoio e até daqui a uma hora, onde estaremos com os  suspeitos do costume. 

    Sabes que este Obrigada custou-me imenso a dizer, não sabes? 

    Natal não é só presentes



    Pessoas acotovelam-se cheias de sacos, vejo lojas cheias, ouço o som das transacções da SIBS a serem efectuadas. 
    Natal para muitos significa oferecer prendas e muita gente quer oferecer prendas a todos os outros e mais alguém e por isso escolhem a prenda fácil.  Entram na porta do esquecimento que é a cara de quem recebe meias. O lema "aquilo que não gostarias de receber não compres para oferecer" não entra nesta quadra e vê-se embrulhos de tudo. 

    Aqueles que dizem que não vão receber nada de alguém dizem que são o seu próprio Pai Natal e o efeito surpresa desvanece-se.
    Ao longo do ano quem compra a minha roupa, os meus sapatos, os meus livros, as viagens das férias, a minha comida sou eu... são pequenos presentes que faço diariamente a mim própria. Não preciso de chegar ao Natal para comprar algo que quero e inventar uma prenda só para mim. 
    Para mim, Natal é cada vez que compro algo para mim, desde as compras de supermercado às botas de cano alto carérrimas passando pela exuberante quantidade de chás que compro de vez em quando. 

    Dezembro é, para mim, o mês do convívio com a família e da troca de prendas do 'familiar secreto' que tenho em casa da minha avó materna. 

    Natal é, para mim, todos os dias.

    Silence is Golden #49


    Under your spell

    Podia ter usado mais adjectivos para descrever o filme "Drive" ou tentar escrever um daqueles posts armada em cinéfila perita neste tipo de filmes. Mas eu fui enfeitiçada, enfeitiçada pela banda sonora, pelos actores, pela história, pela velocidade dos carros, pela lentidão dos movimentos das personagens, pelos diálogos, pela ausência deles, e depois de o ter visto no passado sábado à noite, hoje fui vê-lo uma segunda vez.  


    Musicoterapia (semana 51/2011)



    Não meto pinheiro dentro de casa, não tenho ornamentos de azevinho, não faço presépio e muito menos ando à procura de uma estrela que me guie a alguém que nasceu de uma virgem (e que segundo reza a história permaneceu virgem a vida toda... coitado do José), mas respeito quem o faça! A única coisa que ligo no Natal é, e chamem-me de fútil se quiserem, é o convívio e a troca simbólica de pequenas prendas - a oferta!


    Sabiam que só nos últimos dois anos é que comecei a dar valor ao Natal com frio e a ver que a Lua no Inverno é mais romântica que no Verão? (Angola teve esse efeito nesta madeirense que detesta neve.) 



    Mindy Gledhill - Winter Moon

    Irmãos e Irmãs


    Jantar feito com o mano mais novo, Café what else, Chá british trazido por mim de Londres, Broas de Mel feitas por outro irmão, telefonema para a Madeira, bilhardice e muita partilha. 
    Às vezes em Lisboa sinto-me como se estivesse na ilha. 

    Filme: Drive (2011)


    Um filme quase perfeito afinal tem nome. "Drive".
    Com uma banda sonora fantástica, actores fantásticos e com uma credibilidade impressionante, Drive é para mim dos melhores filmes que já vi. E não é porque está lá o Ryan Gosling, é porque neste filme e no género deste filme vejo a emoção de gostar de alguém, o querer convidar para um chá e não ter coragem, os sorrisos disfarçados ao sentir a emoção em ver alguém, o lutar pela felicidade, os entraves, os obstáculos, as mentiras, os maus julgamentos e as decisões que colocam em risco a nossa felicidade mas que evitam problemas de maior no futuro.
    Excelente filme e música divinal.

    Sou feliz por viajar, feliz por trabalhar, feliz por fazer o que gosto. 
    Rio se acho engraçada a piada seca, a anedota parva ou se simplesmente me apetece. 
    Fico chateada por ter que ouvir sempre a falarem das/os namoradas/os. 

    Sofro do pecado da inveja quando estou dentro de um avião acabado de aterrar e os telemóveis começam a receber sinais sonoros de tentativas de contactos e é iniciado o processo de eliminar a palavra "saudade" do discurso, e de ver os outros a ter urgência em apanhar a mala e chegar a casa.

    Emociono-me ao ver a plataforma das Chegadas dos Aeroportos nesta altura do ano, emociono-me ao ver tanto beijo, abraço e ansiedade em rever alguém.
    Sinto uma ponta de infelicidade e mesmo assim considero-me feliz. 
    Caminho a passos largos em direcção aos táxis e deixo as emoções para trás e questiono-me: 
    Será que re-inventaram a linguagem do amor e eu não a aprendi? 

    Craig Armstrong - Glasgow Love Theme

    Começo a ter sentimentos contraditórios




    Ryan Bingham: All the things you probably hate about travelling - the recycled air, the artificial lighting, the digital juice dispensers, the cheap sushi - are warm reminders that I'm home.


    Do filme Up In the Air



    Filme: The Station Agent (2003)


    Pouca comédia, pouco drama, zero terror, excelente filme sobre as relações humanas que são superiores à aparência ou à posição social. A amizade pode ser tão mais pura se não houver questões sobre o passado.

    Joe Oramas: It's the librarian fantasy, man. Glasses off, hair down, books flying. Finbar McBride: She doesn't wear glasses. Olivia Harris: Well, buy her some, it's worth it.







    “I put all my genius into my life; I put only my talent into my works.”
                                                                                     Oscar Wilde



    A música vive em mim

    18h20 em Luanda, sexta-feira. 


    Estou há quase três dias sem ouvir 30 minutos seguidos de música.
    Sinto uma necessidade enorme em ouvir palavras harmonizadas, sons de uma guitarra e a barulheira emitida por uma bateria.
    A minha urgência em querer ouvir música é maior do que a de estar com pessoas.
    A inspiração vem-me das pessoas - das boas e das más -, dos livros que leio, das viagens que faço.  
    A tranquilidade vem com o barulho.

    Enquanto uns procuram silêncio, eu procuro o som, o eco ... a melodia da banda sonora da minha vida.



    Massive Attack - Live with me

    Filme: One Week (2008)



    When you get those rare moments of clarity, those flashes when the universe makes sense, you try desperately to hold on to them. They are the life boats for the darker times, when the vastness of it all, the incomprehensible nature of life is completely illusive. So the question becomes, or should have been all a long... What would you do if you knew you only had one day, or one week, or one month to live. What life boat would you grab on to? What secret would you tell? What band would you see? What person would you declare your love to? What wish would you fulfil? What exotic locale would you fly to for coffee? What book would you write? 

    Silence is Golden #48




    Ver o mar, estar com pessoas que amo, almoçar com o suspeito do costume, apanhar sol e acima de tudo estar feliz. 
    Não sabia que a felicidade é um sinal exterior de riqueza. 
    Há três dias que ando a pagar caro por ter tido momentos bons. Murphy Law?  



    Série: Till We Meet Again



    Quanto mais tento limpar o passado, mais memórias escondidas descubro.


    Entre as várias VHS que ia deitar no lixo, vi uma que tinha um rótulo escrito pela minha letra de adolescente  "Till We Meet Again". Ponho a cassete no leitor velhinho e as imagens têm o símbolo da RTPMadeira. Fiquei parada no tempo e foi como se nunca me tivesse esquecido de uma das séries que mais marcou a minha adolescência. 

    "Till We Meet Again" ...



    Revista Faces de Eva


    Recebi o convite para o lançamento da Revista Faces de Eva. Infelizmente não vou poder estar presente. Angola calling. 

    Nesta edição da Revista poderão encontrar um artigo sobre as mulheres engenheiras informáticas, as mulheres e a tecnologia, e as mulheres que graças à tecnologia conseguiram aumentar as suas competências (as PGGD) e marcar presença num mundo que era dominado por homens. 

    Musicoterapia (semana 50/2011)

    Escondo-me por detrás da verdade com medo de perder o que tenho.
    Não minto. Brinco com o que sinto e com o uso das palavras que estão longe da verdade e... da mentira.





    Handsome Boy Modeling School and Róisín Murphy - The Truth

    Procura-se Mr. Thornton #11


    Decidi continuar a saga do Mr. Thornton, após ter me apercebido que este senhor precisava de estar na lista.


    Nome: Elliot Cowan (site)
    Olhos: azuis
    Cabelo: louro;
    Sorriso: cativante;
    Idade: 35.
    Experiência: Foi Mr. Darcy em Lost in Austen, Ptolemy em Alexandre, o Grande  mas foi no filme Happy Go-Lucky que vi recentemente com uma personagem que esteve menos de cinco minutos no ecrã e que mal fala que me conquistou, talvez por interpretar o dono de uma livraria.
    Mais valia: O brilho no olhar e o sotaque britânico. 

    Person of Interest





    When you find that one person who connects you to the world, you become someone different. Someone better. When that person is taken from you, what do you become then? 
    From TVShow Person of Interest



    Conteúdos diferentes


    Retiro roupa de Outono da mala.
    Coloco roupa de Verão na mala.
    Faço rolos com a roupa para não ficar engelhada.
    O saco de plástico da higiene será o mesmo, só alguns frascos precisam de um pequeno reabastecimento. 
    Relembro-me de uma época em que ansiava por encontrar um Mr. Darcy e/ou Mr. Thornton à minha espera na plataforma das chegadas. Hoje a calma é mais presente. A ansiedade do abraço transformou-se na satisfação do conforto dos bons momentos. 


    Obrigada amigas por continuarem a serem fiéis à nossa amizade e a fazerem planos que coincidam com a minha estadia na ilha e um especial obrigada a ti por me fazeres sentir especial.

    Se estas palavras fossem minhas...

    Amor é mais do que dizer.
    (...)
    vi florir a rosa em todo o ser
    fui anjo e bicho e todos e ninguém.
    (...)
    E quanto mais te perco mais te encontro
    morrendo e renascendo e sempre pronto
    para em ti me encontrar e me perder.
                                                               Manuel Alegre

    10 de Dezembro

    "Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...]."

    Clarice Lispector


    10 de Dezembro de 1920: Nasce Clarice Lispector.
    10 de Dezembro de 1951: Nasce a minha mãe.
    14 de Dezembro de 1974: Casamento da minha mãe com o meu pai.
    09 de Dezembro de 1977: Morre Clarice Lispector, na véspera do seu 57º aniversário.
    10 de Dezembro de 1977: A minha mãe celebra o seu 26º aniversário com duas filhas nos braços e grávida do seu 3º filho (o primeiro rapaz de cinco). 
    10 de Dezembro de 2011: A minha mãe celebra o seu 60º aniversário. O homem da vida dela atura-a há 36 anos e 361 dias. Tem 7 filhos, 4 netos e o seu plano de vida é conhecer em 2012 a neta que vem a caminho.

    fuga e reencontro



    Sou ilhéu

    Sou um rochedo da ilha da Madeira
    Tenho a minha história de fuga e escrevo aos poucos a minha história de reencontro.

    Por mais que ande às voltas, por mais que viaje, por mais que tente brincar às escondidas, por mais que procure, o sentimento de pertença à ilha é uma força superior inexplicável. 

    Os insensíveis podem continuar a chamá-la de buraco financeiro, eu chamo-a de casa.  
    É o local que um dia irei regressar de forma permanente para as minhas cinzas espalhar. 


    Cheia sem ti

    Hoje perdi a lembrança de te trazer comigo porque deixei-te no frio da minha casa,  no recanto do meu quarto.
    És um vício que vive em mim, dessaranjas-me momentos porque deixo de ouvir por ter urgência em partilhar e em ler o que os outros partilham.

    És elogiado por mim e por muitos outros. Tens sempre mau timming e procuro em ti a atenção que não tenho de terceiros.
    Mas, às vezes ... Blackberry, odeio-te.
    Hoje, a minha voz ninguém ouviu e não respondi a nenhuma mensagem.
    Sem ti senti o sabor da consequência de não ter com que brincar quando estou com alguém. E gostei, brincar com as pessoas é tão mais engraçado e desafiante.

    Musicoterapia (semana 49/2011)

    Perco-me no caminho da mente que leva aos vários pensamentos
    Perco-me no pensamento em si
    Encontro-me quando escrevo
    Encontro-me quando partilho as palavras que descobri no caminho em que me perdi. 



    The Head and the Heart - Lost in My Mind

    Soltas #28 (Sobre a Crise)


    "(...) Ele e a avó discutiram melhores tempos. A senhora idosa disse que na sua opinião a Europa era a culpada de tudo o que estava a passar-se. Disse que da maneira como a Europa se comportava até parecia que nós aqui éramos todos feitos de dinheiro (...)"

    in Um Bom Homem é Difícil de Encontrar de Flannery O'Connor (1925-1964)

    Filme: Black Butterflies (2011)

    Ser observador do poder dos outros pode afectar a nossa vida. Filme que indirectamente retrata o Apartheid, as suas injustiças e a hipocrisia social em demonstrar sentimentos ou admirações. Admiração essa que até um próprio pai - ministro da censura - prefere esconder em relação ao trabalho da sua filha, poeta afrikaner muito admirada, e por muitos considerada a Sylvia Plath do continente do hemisfério Sul, que infelizmente só foi reconhecida um pouco depois do seu suicídio.
    Alguns dos seus poemas foram adaptados pelo cantor Chris Chameleon. Vale a pena ver e ouvir.

    Ontem ouvi e vi ao vivo


    Something is about to be born 
    There's a restlessness in me 
    Keeps me up until the dawn 
    There is no silence 
    I will keep following the sirens 
    There is no silence 
    I will keep following the sirens 


    These dreams under my pillow 
    In the twilight of these white nights 


    Oh Land - White Nights


    Depressão é apática
    Depressão é inócua
    Depressão é triste
    Depressão é imperceptível
    Depressão é não querer viver
    Depressão causa nada no ser que a sente 
    Depressão é a inutilidade dos que amam o deprimido/a
    Depressão é o que ouço quando uma voz fala comigo
    Depressão é quando ela tenta falar comigo e se perde no diálogo. 
    Depressão é não conseguir perceber o que dizemos. 
    Depressão é prolongar os segundos de silêncio. 


    Depressão não é ter medo do fim do mundo.
    Depressão é muito mais que isso...

    Isto tudo a propósito do filme que vi recentemente de nome Melancholia.


    Um sorriso caiu na relva. 
    Irrecuperavelmente! 
    E como irão perder-se As tuas danças nocturnas. 
    Na matemática ?
    Sylvia Plath
    Quadro: Giovanni Boldini, Spanish dancers at the 'Moulin Rouge

    Há que amar as amigas de sempre como nunca


    Ao telefone com duas das minhas melhores amigas:

    BFF02 - O jantar foi muito bom, a BFF01 é que tem cenas deliciosas para te contar.  Espera que vou passar o telefone à BFF01
    BFF01 - Oh P., tu não me irias reconhecer. Se a minha filha bebesse o que bebi e fizesse o que eu fiz na noite do jantar ela ficaria de castigo até aos 40. 


    BFF = Best Friend Forever e desde sempre... desde os 6/10 anos ou até antes, não nos conseguimos lembrar. 


    Irrita-me profundamente quando nos roubam uma ideia, quando nos roubam a dica que demos a alguém e as dão a terceiros, quando os narcisos protagonizam um enredo criado por nós.
    Irrita, pah.

    (ler este post com sotaque alfacinha) 

     
     
    Muitas das minhas amigas nunca têm tempo para nada. Casadas, divorciadas, mães de filhos, mas acima de tudo mulheres que realizam multi-tarefas. 
    As desculpas reinventam-se e ninguém consegue fazer pequenos sacrifícios para poder estar um par de horas com outro. 

    Felizmente tenho amigas que gostam de aproveitar o tempo como eu (às vezes, claro!).
    Pequenos momentos tão preciosos. 
    Telefonam-me a perguntar se está tudo bem e se estou feliz. 
     
    A que respondo "vai-se andado... com sapatos novos"

    Sobre o 1 de Dezembro de 2011 (parte 2)


    Os dias em que choro são os dias em que gostaria de ser outra pessoa, outra coisa qualquer. Somos tão complicados, os humanos. A música ajuda a animar e consegue ter comigo uma relação de total dualidade ao ajudar também a enegrecer mais o dia. 
    Os dias em que choro são os dias em que sinto que estou a descer num escorrega sem fim, a cair num poço sem fundo a uma velocidade excessivamente lenta e deprimente que prolonga a dor e arde o salgado das lágrimas. 
    Os dias em que choro são os dias em que não telefono a ninguém, refugio-me em casa e não quero ver pessoas, pessoas complicadas como eu!

    Sobre o 1 de Dezembro de 2011 (parte1)


    Às vezes quero abandonar tudo.
    Sinto cansaço e os dias repetem-se, a rotina instala-se e eu perco de mim um pouco a cada momento.
    Preciso de escrever e viver...
    Na escrita que me preenche, nas palavras que uso para me sentir viva, nas palavras dos que lêem e que compreendem.

    Reabri o estaminé


    Preciso de escrever como escrevia... 
    O silêncio das palavras tira-me a paz e o sossego. 



    Os livros e os filmes e muitos dos meus conselhos musicais continuarão a ser publicados no BloodbuzzMadeira
    Este apesar de tudo continua a ser o meu sítio do costume, a minha home. :)

    Silence is Golden #47


    “I searched for my own heart
    and long after I had lost my way
    in the days trailing past with their foliage
    in the aloof sky blue with distance
    I thought I'd find my heart
    where I'd kept your eyes two brown butterflies
    and I saw the swallows swoop
    and shadows starlings”
    Ingrid Jonker

    Por fora e por dentro...


    «Eu pareço entusiástica, exuberante, mas é só por fora. É a minha forma de me libertar das tensões que as pessoas mordem dentro de si.Interiormente tenho a imobilidade de um ídolo oriental. Mas não sou fria. Sou até um ser profundamente afectivo. Coloco o amor na sua totalidade - o Amor que compreende Eros, Ágape (ou amor sublime), Líbido e Fília (amizade).»
    Natália Correia

    Silence is golden #46

    Filme: The Music Never Stopped (2011)

     

    E se perdessemos a memória? Se todo o nosso passado desaparecesse? E pior que o passado desaparecer é não conseguir manter a memória do presente. E que acontece para nos transformar em seres ainda mais complicados? A memória só nos traz músicos, as músicas que produziram, eventos ligados à música, da consequência da música na vida do passado que parece ter desaparecido. Filme muito bom que consegue transmitir o amor que muitos de nós têm pela música e que nunca é tarde para re-criar laços que algures nos tempos perderam a força.




    Silence is Golden #45