"They´re just moments. They´re not life…" 2014#03

O pior de Março?
A desilusão, a mentira. Que vício é esse de iludir, de pensar sempre que não há consequências para determinados actos? 

O melhor de Março?
Os concertos. Warpaint na Aula Magna, Dead Combo no Fórum Municipal Luisa Todi.
A visita ao Buddha Eden, Jardim da Paz

A diminuição do índice de massa corporal


E trocava todos os momentos bons (bem, não trocava a diminuição da massa gorda), para que o pior tivesse sido uma invenção. 



Data: 01 de Março de 2014 
Local: Concerto Warpaint, Aula Magna, Lisboa

Do amor e outros demónios #21


A minha mãe quando atendia o telemóvel dizia sempre: "Então, menina tudo bem?" 

Sempre soube, ao ouvir essa frase, que por mais coisas que me acontecessem, o dia seguinte seria um bocadinho mais tranquilo.
Nem precisava de falar muito, ela ouvia no tom da minha voz a necessidade de sentir o optimismo dela. 


Hoje é dos tais dias em que dava tudo o que tenho, nem que fosse para a ouvir.

Levaram de mim a vida dela e os segredos da minha, e agora não sei se vou ter capacidade de me reinventar e superar o amanhã sem ela. 




"Dou-me com toda a gente, E não me dou a ninguém. Frágil. Sinto-me frágil.                               Jorge Palma


Imagem retirada do site weheartit



Palavras dos outros #14


Do blog Fio de Prumo

Silence is Golden #99

Retirado do site Saying Images

dos diálogos


Em conversa, uma amiga disse-me 

"tudo o que te acontece, só acontece porque estás preparada para isso"

Respondi: 

"estou farta de estar preparada para tudo." 





Silence is Golden #98



" Anyone can love a rose... but it takes a great heart to include the thorns" 
Unknown


Imagem retirada daqui.

Livro: Automate This: How Algorithms Came to Rule Our World by Christopher Steiner



Sinopse
The rousing story of the last gasp of human agency and how today’s best and brightest minds are endeavoring to put an end to it. 


It used to be that to diagnose an illness, interpret legal documents, analyze foreign policy, or write a newspaper article you needed a human being with specific skills—and maybe an advanced degree or two. These days, high-level tasks are increasingly being handled by algorithms that can do precise work not only with speed but also with nuance. These “bots” started with human programming and logic, but now their reach extends beyond what their creators ever expected. In this fascinating, frightening book, Christopher Steiner tells the story of how algorithms took over—and shows why the “bot revolution” is about to spill into every aspect of our lives, often silently, without our knowledge. The May 2010 “Flash Crash” exposed Wall Street’s reliance on trading bots to the tune of a 998-point market drop and $1 trillion in vanished market value. But that was just the beginning. In Automate This, we meet bots that are driving cars, penning haiku, and writing music mistaken for Bach’s. They listen in on our customer service calls and figure out what Iran would do in the event of a nuclear standoff. There are algorithms that can pick out the most cohesive crew of astronauts for a space mission or identify the next Jeremy Lin. Some can even ingest statistics from baseball games and spit out pitch-perfect sports journalism indistinguishable from that produced by humans. The interaction of man and machine can make our lives easier. But what will the world look like when algorithms control our hospitals, our roads, our culture, and our national security? What hap­pens to businesses when we automate judgment and eliminate human instinct? And what role will be left for doctors, lawyers, writers, truck drivers, and many others? 


Who knows—maybe there’s a bot learning to do your job this minute. 


Minha opinião
Sendo da área é óbvio que o meu interesse vai além do impacto dos algoritmos no mundo real. Fascina-me a descoberta e a necessidade de inovar e melhorar o dia-a-dia. 

De leitura fácil e de alguma forma histórico, o livro é indispensável para quem necessita de compreender a nossa dependência das "novas" tecnologias.

Automate This: How Algorithms Came to Rule Our World
by Christopher Steiner
My rating: 4 of 5 stars

Filme: Le Week-End (2013)


Nada romântico. 
Realista, cheio de inseguranças, desavenças, ódios, ciúmes. 
Os sentimentos de repulsa são contraditórios ao querer estar na presença de alguém, mas há sempre quem queria mais e que esteja sempre à procura do toque e são esses toques que afastam porque alimentam a ausência de liberdade, do ser, do estar só, tão essencial numa relação. 
Porque o "até que a morte separe" significa uma vida a dois, não uma vida sendo um. 
Porque essa treta de "nunca ficar aborrecida quando estou com ele" ou de "lemos os pensamentos dos outros" é tudo uma seca e não dá pica num amor... que é suposto ter duas pessoas e não uma.
E é nisso que quase se transforma duas vidas após 30 anos de casamento... uma rotina cheia de infelicidade. 

Gostei muito do filme



Dia do Pai


Passou seis natais seguidos no hospital. Adoecia sempre por essa altura, e nós passavamos o Natal sem Pai. Superou as previsões de morte para assistir ao crescimento e saída de casa dos sete filhos ao lado de uma super esposa.
A mulher adoeceu e ele ganhou energia e a força de muitos enfermeiros e médicos. Chorou e gritou na morte do filho e, dez semanas depois calmamente assistiu ao funeral da mulher (enchi-o de Valdispert, deitei comprimidos esmagados na comida dele durante os dias que antecederam o funeral). 
Hoje manda sms, tenta fazer chamadas por skype e diz que está a aprender a lidar com o silêncio de uma casa.

O meu Pai pode não ter sido o melhor do Mundo, ou o Maior, mas é o meu e é graças a ele, às dependências que ele um dia teve e à força que teve em superar tudo, que hoje sou quem sou. 




Livro: A Arte de Dormir Sozinha de Sophie Fontanel



Sinopse 
A autora deste livro insubordinou-se. Aos 27 anos, o seu corpo e a sua cabeça juntaram-se e decidiram a mesma coisa: por perda do desejo recusaram-se a ter vida sexual. Durante 12 anos, uma jornalista francesa, uma atractiva mulher parisiense, escolheu a abstinência sexual. E como é que o mundo à volta dela reagiu? Com desconfiança e em estado de choque. É essa experiência que Sophie Fontanel testemunha neste livro. O mundo dela é um mundo de glamour, um mundo de homens apetecíveis e disponíveis. Mas Sophie deixou de ter vontade e descobriu, nessa ausência de desejo, um outro mundo de liberdade e de sensualidade. Este é um livro perigoso: as suas convicções sobre o amor, o sexo e o casamento vão sofrer um abalo. 


Minha Opinião 
Escrito de forma desordenada, como se de um sonho repleto de memórias se tratasse. Os saltos entre personagens e situações em que a personagem estava envolvida pareciam saídos de um relato em que a escritora sonhava acordada.
Decidiu não ter sexo, decidiu não se envolver com nenhum homem, tornou-se mais sexy, vestiu-se de vermelho, mas assustava-se com o assédio feminino, orgulhava-se da confiança que nela depositavam e afugentava os homens.
Em nenhum caso falou do seu dia-a-dia.
Diz que a "solidão nos torna perspicazes", mas isso é porque o isolamento transforma-nos em melhores observadores e melhores ouvintes, e isso nota-se no livro. 

A escritora/personagem principal/narradora fala mais do que vê do que do que sentiu nos anos sem sexo.

No fim, considerei um livro mediano e com título errado. Ah, e as minhas convicções sobre o amor, sexo e casamento nem se mexeram. 


A Arte de Dormir Sozinha by Sophie Fontanel
My rating: 3 of 5 stars

Music is Love in Search of a Word #69



Joe Purdy - Outlaws

Livro: O Filho de Michel Rostain


Sinopse 
O meu pai está no caos da sua primeira semana de luto, quando as cerimónias já tiveram lugar e os amigos se foram embora. Solidão, é aí que começa verdadeiramente a morte. Passou o dia a escolher as minhas coisas, a chorar entre dois telefonemas, a assoar-se abundantemente sem sequer invocar o pretexto da alergia ao pó. Resigna-se a deitar fora os meus velhos livros, depois de ter lido meticulosamente aquelas nulidades acumuladas, não fosse acontecer que eu tivesse esquecido alguma nota, um desenho, uma coisa qualquer pessoal que lhe servisse de mensagem. Não encontra nada, nenhum sinal. Depois destas horas de buscas aterradas - e apesar de tudo indiscretas, pai, é verdade que morri, mas, mesmo assim… -, eis que repara de repente, em rodapé daquela convocatória que o intrigava, numa indicação escrita a lápis, em letra muito miúda…


Minha Opinião
Soube da existência deste livro através do podcast da Antena 2 "Última Edição", e não descansei até o ter em mãos e o ler. 

O livro conta-nos a vida de um casal e a sua relação com o Filho (único), que é atingido por uma doença/vírus fulminante.
Os pormenores das horas antes da morte em casa, a chamada para os paramédicos, os momentos nas urgências, o anúncio da morte, a ida à morgue, o vestir, as decisões no momento em que apetece bater e deitar a culpa a alguém, a cerimónia, os dias após a cerimónia, os meses após a morte, os anos após a morte, ... relatado do ponto de vista de quem está a partir, partiu.É a sobrevivência à morte narrada por quem não sobreviveu. 

Comovente, dramático, realista, bem escrito e sincero, porque acima de tudo "Consegue-se viver com isto."


O Filho by Michel Rostain
My rating: 4 of 5 stars

Documentário: Samsara (2011)



Filme para ver com olhos bem abertos e ouvidos bem limpos. Sem diálogos. Só imagem e som. 

Perfeito. 







Filme: August Osage County (2013)


Imagem retirada de What Culture

É capaz de ser o filme mais tocante, dos que vi nos últimos meses.
Uma família cheia de feridas abertas e mentiras, com um presente repleto de omissões e mágoas, unida em conseguir manter o laço que as une.

Com interpretações dignas de óscar, este é definitivamente um filme a não perder. 

As imagens falam por si.

Livro: Depois da Música de Luís Quintais




"Perto da morte escutava uma música
que o transportava até à mais distante das viagens.
Todo o eco dessa memória concentrado
lhe iludia o presente, como uma droga
que interrompesse o fluxo da dor
sem outra dor provocada,
que tomasse o chão, o desígnio antecipado
que só a escrita revela.
Essa música queimava, era como ácido
reduzindo o vegetal da insensata procura
a uma simples folha, cujas formas
permaneciam descarnadas no espelho da sua visão.
Era dos gelos, a música, da fúria dos ventos,
do cavername de um navio quebrando-se
contra o icebergue que derretia eternidades adentro,
Escutava a inumana beleza desse chiar
absoluto, e os olhos, os seus olhos de espano,
recolhiam-se, escondiam-se no crânio seco. "


Depois da Música by Luís Quintais
My rating: 4 of 5 stars


Livro: Record Collecting for Girls: Unleashing Your Inner Music Nerd, One Album at a Time by Courtney E. Smith



Sinopse
You never leave home without your iPod. You’re always on the lookout for new bands, and you have strong opinions when it comes to music debates, like Beatles vs. Stones. For years, you’ve listened to men talk about all things music, but the female perspective has been missing. Until now. Drawing on her personal life as a music enthusiast, as well as her experience working at MTV and in radio, Courtney E. Smith explores what music can tell women about themselves—and the men in their lives. She takes on a range of topics, from the romantic soundtracks of Romeo and Juliet to the evolution of girl bands. She shares stories from her own life that shed light on the phenomenon of guilty pleasure music and the incredible power of an Our Song. Along the way, she evaluates the essential role that music plays as we navigate life’s glorious victories and its soul-crushing defeats. Finally, here is a voice that speaks to women—because girls get their hearts broken and make mix tapes about it, too.


Minha opinião
Apesar de ser um tema que adoro, achei a escrita muito simples e a frequente recorrência a High Fidelity banal, não abonando muito a favor da escritora... Qualquer musicodependente menciona a obra de Nick Hornby e os seus TOP FIVE.
A surpresa deste livro foi, para mim, a menção à banda sonora de Twilight... Não sendo fã do tipo de livros/filmes dei por mim a reconhecer todas as músicas mencionadas
Sobre as duas grandes questões, de qual será a próxima Madonna e de onde está uma Girls band que seja comparada a uns Foo fighters, para mim não não há dúvidas de que será a Lady gaga, e que recomendo a escritora que trabalha para a Mtv (suposto canal de música) a ouvir Savages.


Record Collecting for Girls: Unleashing Your Inner Music Nerd, One Album at a Time 
by Courtney E. Smith
My rating: 3 of 5 stars




Imagem retirada de outra review