As noites em Angola #3.05


As rotinas transformam-nos em animais de hábitos. 
No mês de Julho ganhei rotinas em Luanda. 
E durante esta semana de Agosto em Luanda não tive nenhum dia semelhante ao anterior. 
Para mim, ir ao mesmo sítio duas vezes seguidas transforma-o em local conhecido. Sorrir transforma-nos em pessoas simpáticas e acessíveis e abrem-nos muitas portas. 
Na Madeira dizem que tenho a mania. Em Lisboa passo despercebida e o sorriso é visto como uma loucura. Em Luanda passo meia despercebida, a cor da pele não engana, o sorriso é considerado saudável e sou tratada quase que por igual. 
Não chego a ser igual porque dizem que sou conservadora. Um angolano informou-me que nós, as portuguesas, somos muito conservadoras mas que eu já sou mais acessível que a maioria das que ele conhece e que o segredo da boa adaptação talvez esteja aí, falar abertamente com todos, tratar todos por igual e deixar-se invadir pelo sentimento de liberdade que o angolano pensa que tem. 


Volto hoje a Portugal. Se tudo correr bem, regresso na noite do dia 12 de Setembro para mais uns 19 dias em Luanda para mais tarde regressar assiduamente uma semana ou mais por mês.
Por já ter passado o primeiro impacto e como as idas a Angola vão se tornar um hábito fecho a série d' "As noites em Angola" com este post.
Darei início à spin-off semanal, sempre que por cá estiver, com o assunto "Kandandu Angola" que significa Abraçando Angola.

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