Soltas #29



"Era a minha sina (...). Eu, ali ao lado, quase ao colo deles, e ninguém me via. Devia ser transparente. E não era uma nem duas, era sempre. De início punha-me ao espelho a ver se ainda lá estava. É que se podia ter dado o caso de ter desaparecido e não ter dado por isso. A Carla dizia que eu exagerava. Não sei se era, a verdade é que os encontrões que levava na rua, no supermercado e na lojas de apostas provavam aquilo que sentia. Alguns até me pisavam. Num dia de desespero, cheguei a pensar que teria morrido. Mas para quem estava morto não paravam de me acontecer coisas. "

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