Entrei na sala com um atraso de quase 10 minutos. Pela primeira vez, que me lembre, atrasei-me para ver um filme. Não sei o que perdi, mas não foi muito pois percebi tudo a partir do momento em que coloquei os óculos.
A que se deveu o atraso?
Talvez a uma mochila demasiado pesada. :)
E que trazemos nós na mochila do dia-a-dia? Para quem anda como eu, trabalho em Lisboa, estou um quarto do ano no Porto em
trabalho, vou constantemente à Madeira e nem menciono as idas para fora
do País, com a casa às costas, eu sei o que é meter na mala o mínimo, o indispensável.:)
Tentamos sempre não nos preocupar com a família e não fazer dos problemas deles os nossos. Mas, e depois como é que nos sentimos integrados?
Fazemos sempre o esforço em concretizar sempre o que nos pedem ou aquela pequenina coisinha que solicitaram, mas mais tarde apercebemo-nos que o facto de o termos feito não é assim tão importante e o acto que consideravámos relevante afinal é irrelevante.
Temos um objectivo de vida. E quando o atingimos não sabemos como o celebrar, o que dizer ou sequer conseguir descrever o que estamos a sentir. Nem sabemos com quem deviámos ter partilhado a sensação de 'job done'.
E quando finalmente encontramos alguém que nos liberta, sem necessidades e sem planos durante uns momentos... conseguimos ser extremamente felizes.
Mas, como tudo na vida, nada é eterno. E voltamos a sentirmo-nos sós, sem objectivo (esse já está cumprido), sem parceiro no crime e vemo-nos exilados na casa que odiamos estar.
Que nos resta? Família e amigos.
Porque no fundo, é essa a única bagagem que transportamos na nossa mochila. Seja qual fôr o destino e o contexto da viagem.
É um grande filme, este Up in The Air. Identifiquei-me com a personagem do Clooney.
The slower we move the faster we die. Make no mistake, moving is living.
Música: Sharon Jones & The Dap-Kings - This Land is Your Land(ver vídeo)