No one knows this more than me. As I come clean.



Continuo a descobrir a obra do escritor Sándor Márai. 
O livro A Mulher Certa colocou-me sob suspense entre os vários monólogos.

Uma mulher conta a uma amiga como descobriu o adultério do seu marido. Por outro lado, um homem confessa a um amigo como abandonou a sua mulher por outra, e uma terceira mulher revela ao seu amante como se casou com um homem endinheirado para sair da pobreza. Três vozes, três pontos de vista, três sensibilidades diferentes desvendam uma história de paixão, mentiras e crueldade.

Não paro de reflectir sobre tudo o que tomo por garantido, tudo o que quero, tudo o que digo, enfim, sobre todas as nossas acções. 
Sinceramente não sei com qual das personagens consegui me identificar, se com aquela que após descobrir que o marido ama outra decide lutar por ele, se com aquele que, insatisfeito com a vida que tinha, luta pela mulher que sempre achou amar. Ou pela que sabendo que era desejo de um homem decide usá-lo para subir na vida.

De todas a frases que sublinhei, sou daquelas que sublinha e risca os livros, a que mais me ficou na memória foi a que li esta semana:
"(...) O que sabeis vós?... - pensava eu. E percebia que quem não tinha vivido ali não poderia imaginar o que um milhão de pessoas sentira ao ver pelos ares aquelas maravilhosas pontes sobre o Danúbio, construídas nos últimos cem anos... E o que significou para nós o dia em que pudemos novamente o atravessar com as nossas pernas... (...) Quem não viver connosco nunca poderia esperar compreender-nos!"


Música: Pearl Jam - Just Breathe

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