Já se passaram três dias (72 horas) desde o meu regresso de Luanda.
Entre o dia do meu regresso e este momento fui à Madeira, comi cerejas e fiz o papel de boa tia, irmã e filha.
Regressei da ilha, trabalhei dois dias.
Daqui a pouco vou para a festa do Santo António e antes de abandonar o local de trabalho decido escrever.
Entre o dia do meu regresso e este momento fui à Madeira, comi cerejas e fiz o papel de boa tia, irmã e filha.
Regressei da ilha, trabalhei dois dias.
Daqui a pouco vou para a festa do Santo António e antes de abandonar o local de trabalho decido escrever.
No corpo tenho o peso de dois anos de ponte aérea, doze (12) viagens a Angola, e as consequências do stress de três gasosas.
No coração ficou o país que me marcou, e ainda marca. Um país que tem vindo a mudar, a crescer, emocionalmente, estruturalmente, fisicamente.
Na alma a sensação de que Angola fez de mim uma pessoa melhor, mais tolerante, mais paciente, e acima de tudo mais confiante. E aqui tenho que agradecer a todas as mulheres angolanas que conheci, porque elas têm uma auto-confiança surpreendente. Com elas aprendi que se pode ter quilos a mais, usar copa C e ser sensual. Com elas aprendi a não esconder os lábios carnudos, com elas aprendi que o mundo é mesmo das mulheres, e acima de tudo com elas apercebi-me do quanto a mulher africana sofre. Muitas mulheres carregam o peso do sustento da vida delas, dos filhos e do marido na cabeça e às costas. Os homens, por mais que digam que fazem, têm sempre uma grande mulher a decidir por ele, tal como no resto do mundo.
Julho de 2010 (Estrada Luanda - Benguela, Angola) |
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