"Geography is magical and the place to learn it best is near a lighthouse. By the lighthouse, the compass spins wildly and the air magnetises both the mind and the eyes. "
Saí da sala de cinema com a sensação de que estava tudo no trailer, que tinha visto tudo no resumo de promoção do filme.
Se com o filme Silver Linings Playbook/Guia para um Final Feliz achei que nomeação para os óscares estava mal atribuída, com este filme tive a certeza de que as nomeações deste ano são para cumprir calendário.Helen Hunt merece um óscar por mostrar as mamas no grande ecrã ?
Por favor, esta prestação dela nem merecia ser considerada para nomeação quanto mais estar na lista final de candidatas à estatueta.
Em relação ao filme, pois... todos gostamos de filmes de coitadinhos e gostamos ainda mais de filmes que tenham sexo, mas desiludam-se os mais esperançosos, o sexo é pouco, a nudez é alguma, e o coitadinho não tem culpa de ter apanhado Poliomielite mas é graças a isso que ganhou um sentido de humor super apurado.
Mark O'Brien: I believe in a God with a sense of humor. I would find it absolutely intolerable not to be to able to blame someone for all this.
O filme vale pelo actor John Hawkes (Mark O'Brien) por todas as cenas entre este e William H. Macy e por frases com excelente sentido de humor, de resto é apenas a história de um católico praticante com limitações físicas que quer perder a virgindade. A novidade é que em vez de pagar a uma prostituta, paga a uma terapeuta. Nada de novo no mundo, talvez só os nomes que se dão às coisas.
Clerk: Now, come on, what kind of therapist is she? Vera: I told you, she's a sex therapist. Today they're working on "simultaneous orgasm".Clerk: What's that?
"You'll never walk alone" é o nome de uma música muito antiga e o lema do Liverpool FC. A frase sempre fez todo o sentido, na vida e em tudo o que ela nos traz, seja nas vitórias ou nas derrotas do futebol ou como consequência de simples decisões que fazemos.
O filme Will de 2011, é para mim, dos melhores filmes que já vi dedicados à paixão pelo futebol. Após a morte da mãe de Will, o Pai (Damien Lewis) desaparece durante três anos deixando em Will a paixão pelo futebol. Quando volta à vida de Will, o pai está disposto a compensar o tempo perdido. Will é fã do Liverpool FC, e é considerado uma enciclopédia ambulante sobre a história do clube. Estamos no ano de 2005, e o pai promete levar Will à final da taça da Liga dos Campeões, em Istambul, se o Liverpool passar das meias-finais. O Pai de Will morre. O Liverpool chega à final. E Will está decidido, por amor ao pai e ao clube, ir assistir ao jogo. Numa aventura que estava disposto a ter sozinho, Will apercebe-se que nas grandes caminhadas da vida, nunca estará só. ("You'll never walk alone").
Adorei o filme, emocionei-me, chorei imenso, e deu-me vontade de ir ver um jogo de futebol ao estádio, algo que não faço desde um Marítimo-Olhanense no dia do Pai em 2011.
Medianeras é um filme inteligente que tenta examinar como a arquitectura de uma cidade influencia as condições de vida de dois de seus moradores que revelam isolamento, ansiedade, e outros sinais da vida moderna numa grande cidade, e como o caos urbano, bem como as novas tecnologias conseguem unir pessoas e ao mesmo tempo mantê-las separadas,... como as paredes que dão nome ao filme.
“Só a luz da manhã tão clara me deixou ver com clareza o reflexo. Tarde, como sempre, percebi que era eu na montra. Como um manequim: imóvel, silenciosa e fria. Todos os prédios, todos mesmo, têm um lado inútil. Não serve para nada, não dá para a frente nem para as traseiras. A “medianera”. Superfícies que nos dividem e lembram a passagem do tempo, a poluição e a sujidade da cidade. As “medianeras” mostram nosso lado mais miserável. Reflectem a inconstância, as rachas, as soluções provisórias. É a sujidade que escondemos debaixo do tapete. Só nos lembramos delas às vezes, quando submetidas ao rigor do tempo elas aparecem sob os anúncios. Viraram mais um meio de publicidade que, em raras excepções, conseguiu embelezá-las. Em geral, são indicações dos minutos que nos separam de supermercados ou de restaurantes. Anúncios de lotaria que prometem muito em troca de quase nada. Ultimamente, lembram a crise económica que nos deixou assim… sem emprego. Para a opressão de viver em apartamentos minúsculos, existe uma saída. Uma rota de fuga. Ilegal, como toda rota de fuga. Em clara desobediência às normas de planeamento urbano, abrem-se minúsculas, irregulares e irresponsáveis janelas que permitem que alguns milagrosos raios de luz iluminem a escuridão em que vivemos.”
Este filme devia ser obrigatório para os arquitectos, para os que buscam a imperfeição nos padrões, para os fotógrafos, para os fotógrafos amadores, para os apaixonados por fotografia, para os engenheiros paisagísticos (se é que existem), para os que tentam ordenar e planear o território/cidades, e acima de tudo para os que sozinhos procuram... algo.
Por este mundo virtual encontrei dois trailers deste filme, e apesar do trailer abaixo mostrar mais sobre o filme, eu gostei particularmente e muito mais do outro a que aconselho ver, para que possam perceber melhor a essência do filme. Porque ele é lindo, muito lindo.
Era suposto ser uma one-night stand cheia de energia, mas acabou por ser uma one-night-stand sem protecção. Após perceber o erro que cometeram, Fred aconselha a amante a tomar a pílula do dia seguinte. No entanto o espírito livre e alienado de Mindy faz com que Fred minta (algo normal nos homens, pois já o tinha feito para conseguir ir para a cama com ela), mostrando interesse e outras intenções para com Mindy, de modo a que consiga acompanha-la durante 12 horas e assim ter a certeza de que ela faz o tratamento completo da pílula do dia seguinte.
É um filme interessante, mimoso, engraçado, provocante, e capaz de gerar um verdadeiro carrossel de emoções. Adorei o fim. Adoro fins assim. :)
Gwen: We just get one life, you know. Just one. You can't live someone else's or think it's more important just because it's more dramatic. What happens matters. Maybe only to us, but it matters.
Bertram Pincus (Ricky Gervais) é um homem cuja inteligência emocional ou competências sociais são praticamente nulas, o seu relacionamento até com colegas de trabalho deixam muito a desejar. Um dia Pincus tem um acidente e morre inesperadamente, ou melhor é considerado clinicamente morto por sete (7) minutos. Após recuperar da experiência da morte, descobre que ganhou a capacidade de ver e falar com fantasmas, algo que odeia, pois eles não o largam, e aquilo que evitava com os vivos tem que suportar dos fantasmas, ou seja, conviver com eles. :)
Depois de re-ler o livro fui à procura das adaptações.
Encontrei a adaptação de 1992, com Ralph Fiennes e Juliette Binoche nos principais papéis e a adaptação mais recente, de 2011 com actores completamente desconhecidos, e que para mim tem muito melhor detalhe além de uma excelente fotografia.
Entre as duas adaptações achei curioso que, na de 2011 não havia música de fundo nos silêncios e na adaptação de 1992 a música era uma constante, não havia silêncio total.
No entanto, e para fechar com a chave de ouro, a adaptação de 2011 acaba com uma música lindíssima, a única música do filme foi feita pelos Mumford & Sons a convite da realizadora, ouçam que vale a pena:
Mumford & Sons - The Enemy (for Wuthering Heights (2011))
Há algum tempo que o meu calendário mostrava no dia de hoje a seguinte frase: Ir ao Cinema: Silver Linings. Hoje foi o dia de lá ir. Sessão vespertina, nada de pipocas, óculos postos, lenços de papel na mão.
O filme, bem, esse... é interessante, com uma história bonita mas não fantástica, tem excelentes interpretações (Robert De Niro é bom em tudo o que mexe), é pena não vermos os abs do Bradley e as emoções estiveram sempre controladas, de tal modo que os lenços de papel não foram necessários.
Se no dia em que era suposto comemorar o amor um terrível acidente acontece. O drama de ter assistido a tão violento acidente e de o ter partilhado com um completo estranho irá transformar o dia-a-dia de um simples professor num pesadelo, deixando mazelas para sempre.
Daniel Craig longe de ser um Bond, mas humano como sempre. Baseado no livro de Ian McEwan, este filme não é recomendado aos mais sensíveis.
"Innovation distinguishes between a leader and a follower.”
Steve Jobs
A coragem faltou.
Podiam ter ido contra a maré, poderiam ter em exibição filmes independentes, franceses, portugueses, italianos, indianos, sei lá... outros completamente diferentes e não comerciais!
Poderiam ser uma sala de cinema alternativo, podiam ter sido os novos anfitriões da reposição de filmes, que o Teatro Baltazar Dias faz, do Fantasporto, poderiam reservar um determinado número de salas para parcerias e ser anfitriões dos vários festivais de cinema que fazem pela ilha - Madeira Film Festival, Funchal International Film Festival, ou até o Madeira Micro International Film Festival - mas não. Faltou-lhes coragem, faltou-lhes visão.
Optaram por fechar as portas e afirmar que a culpada do fecho dos cinemas Castello Lopes na Madeira é da concorrência, é da Zon. A culpa nunca é de terceiros se o que temos é em tudo igual ao outro. Os filmes eram sempre iguais fossem na Zon ou na Castello Lopes. E a Castello Lopes diferenciava-se porque: - A Castello Lopes tinha o estacionamento grátis durante o dia todo. A Zon fornece um talão de desconto de duas (2) horas no estacionamento para os seus espectadores. - A Castello Lopes tem as melhores salas de cinema da ilha, diria até do País, seguidas logo pelas salas de cinema do Arrábida Shopping (Vila Nova de Gaia, Porto). - A Castello Lopes permite, tal como a Zon, aos mais gulosos comer pipocas nas suas salas. - A Castello Lopes é a única sala de cinemas do país que tem sala de espera própria. - A Castello Lopes tinha uma sala de cinema a mais que a Zon e era nesta sala que apareciam os filmes que mais apelavam por mim. - A Castello Lopes era ao lado da FNAC Madeira.
E por isso, pergunto, onde é que a concorrência era superior a vós? Por causa da localização geográfica? Ah, pois ... esqueço-me sempre, que sofro do síndrome de emigrante quando estou na ilha e que para mim é tudo tão perto e que quando quero ver um filme, quero ver o filme e não ser vista a ver o filme.
Devia ser proibido ler livros desta qualidade aos 15 anos. Não damos tanto valor às palavras e não percebemos determinados gestos. Lembro-me de o ter lido e ter achado o livro enfadonho. Hoje, ao re-ler Wuthering Heights para o Clube de Leitura Bertrand Jane Austen deparo-me com verdadeiras pérolas, que aos 15 anos passaram-me ao lado, tal como.
I know by instinct, his reserve springs from an aversion to showy display of feeling - to manifestations of mutual kindliness. He'll love and hate equally under cover, and esteem it a species of impertinence to be loved or hated again.
Este Natal, entre os habituais shots de whisky e de muitas palavras trocadas (este ano acompanhadas de muitas lágrimas limpas por aventais), e depois de muita louça lavada, uma tia recomendou-me ver este filme, por causa da frase abaixo. Diz ela que este filme é um dos seus guilty pleasures. Eu não conhecia o filme. :(
Jamie (the ghost): ... There's a little girl I see from time to time - Alice, who's three. Well, three and a half. Oh, she's great. Everyone loves her, but she's not spoiled - Well, wasn't spoiled. She was knocked over and she died. Her parents, and family, and friends from kindergarten... She used to go to this playground. See, they made an area in the park. Gave 'em money for swings, and little wooden animals, and there are these plaques on the sides of the swing, bottom of the horse: 'From Alice's mom and dad. In Memory of Alice, who used to play here'. And of course, Alice goes back there all the time. And when you see the parents take their child from the swing, and see the sign... They hold on to their son and daughter, so tightly, clinging on for dear life. And yet... The capacity that people have to love... Where does it go?
Gostei, é interessante e como é do mesmo ano que Ghost, O espírito do amor, pergunto-me se nesse ano não havia a moda de fazer filmes sobre amores que morrem e regressam como fantasmas.
Truly, Madly Deeply ganhou o BAFTA de melhor filme, Ghost ganhou o Óscar de melhor argumento original. Acho e sempre achei Ghost sobrevalorizado, talvez devido ao facto de ter um argumento muito mais comercial, que vende, por causa das cenas eróticas? Não sei. Truly Madly Deeply não é nada disso, é mais frio, o que os une é mais forte que o erotismo, é o amor à música, a intimidade, não há cenas românticas, há frases que tocam.
Nina: My feet will want to march to where you are sleeping, but I shall go on living.
Com excelentes interpretações, este filme mostra-nos que por vezes temos que fazer o que queremos, mesmo que seja com a pessoa errada e, que em muitas das vezes é necessário algo acontecer e que possa colocar em causa a vivência entre duas pessoas tal como a conhecemos, para percebermos dos nossos sentimentos.
Sozinha com o meu sobrinho mais velho na madrugada de 24 para 25, num dó-li-ta, a escolha recaiu sobre este filme de animação. Eu gostei, ele não gostou e achou monótono. Talvez com 14 anos não ache piada a mensagens ecológicas. Longe de ser tão bom quanto o Despicable Me, Lorax entretém e cumpre o seu dever... pelo menos para os adultos. :)
Once-ler: Unless someone like you cares a whole awful lot, nothing is going to get better, it's not.
Num perfeito elogio à amizade, que não tem idade, este filme é talvez dos melhores filmes de animação, para adultos, que já vi. Amizade que se constrói e cresce à velocidade com que se trocam cartas, a relatar os sonhos, desilusões e curiosidades. Lindissimo de ver, ouvir - boa banda sonora, de admirar e questionar: será que não se perdeu intimidade ao deixar de escrever cartas, como antes?
Max Jerry Horovitz: I was born Jewish and used to believe in God but I've since read many books that have proven God is just a figment of my imagination. People like to believe in God 'cause it answers difficult questions, like where did the universe came from, do worms go to heaven and why do old ladies have blue hair. And even though I'm an atheist, I still wear my yarmulke as it keeps my brain warm.