Dos abraços


Se existe algo mais insuportável de aguentar é um abraço quando a dor nos invade. 
Quando perdemos alguém que amamos do fundo do coração e com todas as nossas forças, queremos, e falo por mim, isolamento. 

Nada de beijos e abraços! 

Por favor, a hipocrisia de tentar substituir o abraço de alguém que foi o nosso criador torna, só em si, o acto um grande chumbo na boa intenção. 

Um dos meus pilares, cá em Portugal Continental, acabou de perder o Pai. Na sexta-feira passada falamos sobre a doença e o optimismo. Ela, tal como eu, é também a filha mais velha. (Muita coisa aguenta o filho mais velho...)

O Pai dela foi diagnosticado com cancro do Pulmão em Abril de 2012.
Disse-lhe que se mantivesse o optimismo e desse muito amor conseguiria prolongar a vida de quem ama, ignorar os prognósticos dos médicos e viver com o seu criador como se cada dia fosse o último.
Ela sorria, não acreditava... não acreditou. 

Eu acreditei!
Eu acredito!
Eu acredito que dando amor, mostrando que estamos ali por eles, para eles e ... graças a eles, eles arranjam forças e conseguem prolongar a nossa esperança.

À minha mãe foi dado, no máximo, 6 meses de vida em ... Março de 2011. Faleceu a 2 de Novembro de 2012, ... na minha presença. 

E eu arrependo-me de NÃO ter estado mais tempo... com ela, e feito mais por ela. 




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