Um dia discuti com uma amiga sobre o papel das prostitutas, do respeito que tenho por elas, da admiração que tenho na capacidade que têm em realizar o trabalho delas com sorriso, e da estranheza que deve ser deixarem servirem-se do seu corpo... assim.
O filme, em França, foi desaconselhado a menores de 17, e percebe-se o porquê.
Uma jornalista está a escrever um artigo sobre estudantes universitárias cujo part-time é prostituição (não é bem um part-time, mas apeteceu-me escrever a palavra, soa menos dramático). Numa investigação que de nada tinha de complexo, a vida das duas miúdas entrevistadas afecta a sua visão sobre a profissão mais antiga do mundo, alterando até a sua maneira de estar consigo própria encarando o sexo de forma diferente.
Excelente interpretação de Juliette Binoche.
A frase do filme, para mim, é algo mais ou menos assim:
Charlotte: Sabe, acho que ainda carrego o cheiro de tudo aquilo.
Anne: Sim, eu sei. Deve ser terrível. Experiências terríveis.
Charlotte: Oh, não estou a falar disso. Falo de algo pior que sexo oral.
Anne: Desculpa, não estou a perceber.
Charlotte: Claro que percebe, o cheiro do condomínio, o apartamento com falso conforto,..., posso ler Flaubert como toda a gente, ou Proust ... mas isso não muda o que sou. Percebo muito bem que jamais serei como tu. Que não sou...
(as palavras foram escritas à pressa por mim, no telemóvel, no escuro do cinema)
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