As Voltas da Vida (*)
Sempre detestei ouvir o quanto sou parecida, fisicamente, com a minha mãe. Tive alturas em que evitava a familiarização, evitava ter o percurso que ela teve, evitava a ligação política, evitava dizer quem sou, de modo a que entendessem que eu não era a minha mãe e que eu podia ter valor sem ser parecida com quem fosse.
Odiava ouvir "és tão parecida com a tua mãe"! Sentia que não podia ser eu. E eu acabei por ser eu, graças a ela e a outros e a tudo acima, sendo ou não parecida fisicamente com ela, eu sou eu e não ela.
A curiosidade é que nas últimas semanas, essa parecença tem-me sido útil. Extremamente útil. E até têm me facilitado imenso a vida. O reconhecimento que a minha mãe teve entre os seus pares é impressionante e arrependo-me de um dia ter achado que ser parecida com ela era mau.
Chego aos recursos humanos da empresa onde ela trabalhava, informo para o que vou, e dizem-me logo: "é da F. ? é parecida com ela".
Chego às finanças, senha, número, chamada, explicação... vão buscar o processo da minha avó materna e tios, e dizem logo: "como está a sua tia T. ? é parecida com ela"
Mas, o que mais me assustou foi uma senhora chegar ao pé de mim, começar a chorar e eu não sabia o que fazer, a senhora não falava e eu não sabia o que dizer, até que a senhora começou a falar sobre a minha mãe.
Aí percebi que por mais que tenha tentado no passado, por mais que tente, por mais que faça, eu estarei sempre associada à minha mãe, não só pelo laço maternal que nos unia mas pela semelhança física.
(*) inspirado no filme que vi ontem à noite, quase sozinha, numa sala de cinema da ilha da Madeira, "Trouble With The Curve".
Nota: Estou a trabalhar, remotamente e até final do mês, a partir da ilha. Após a morte de alguém, há muita burocracia para tratar...
Dos Ginásios
Em Lisboa frequento dois ginásios da cadeia Holmes Place, um que é perto de casa e um a que costumo ir às aulas de PowerJump, com uma colega porque o horário é-me mais conveniente.
Esta semana, fui quase todos os dias ao ginásio Holmes Place cá na ilha, e encontrei imensas diferenças entre este ginásio e os outros.
E deixo aqui as minhas observações, negativas.
1 - Caro professor de BodyCombat, eu vou à aula para me divertir e ganhar resistência e flexibilidade, não para ser um Chuck Norris. Por isso, fale mais baixo quando pedir ao microfone por suor e sangue, ou melhor, não berre.
2- Caros funcionários da limpeza dos estúdios, lamento que na Madeira não tenham ensinado boas maneiras aos utilizadores dos estúdios e que vocês tenham que arrumar o colchão e o trampolim após as aulas. Eu sempre fui ensinada a arrumar o que desarrumo, e fiquei assim para o triste quando peguei no meu colchão, após os alongamentos, para arrumar e mandaram-me deixá-lo no chão. Não custa nada levantar um colchão do chão, principalmente quando se paga dezenas de euros para fazer esforço.
3 - Caras utilizadoras do ginásio, o silêncio é de ouro! Estar constantemente a gritar nas aulas, ou a falar na passadeira não é sinal de que estão a gostar da aula, ou de que estão realmente a fazer esforço. Gritar é sinal de show-off. Concentrem-se no que fazem, e não no que se passa ao lado e verão que os resultados serão melhores.
4 - Caros senhores da LesMills, Sh'bam (ver vídeo) é a pior modalidade que possam ter inventado. Estava curiosa, muito curiosa para fazer uma aula desta modalidade, mas devo dizer que depois de a ter feito acho que é uma palhaçada autêntica, BodyJam é muito melhor.
A utilidade desta aula é para aqueles que querem ir a um programa do tipo " Do you Think you can Dance".
A utilidade desta aula é para aqueles que querem ir a um programa do tipo " Do you Think you can Dance".
Talvez seja o meu mau feitio, mas as únicas três coisas boas do ginásio na Madeira são:
- o PT / Member Interaction de nome Gualter, que é simpatiquíssimo.
- poder ir ao ginásio com a minha melhor amiga, a S.
- poder ir, ao domingo depois do ginásio, à happy hour ao bar do The Vine e ter esta vista:
Dados da foto:
Autor: eu
Data: 18 de Novembro de 2012
Local: Café 360, Hotel The Vine, Funchal, Madeira
Filme: Late Bloomers (2011)
Vi este filme e deixei de lado o post para comentar quando estivesse inspirada e algum tempo. O problema é que agora não consigo escrever sobre o filme sem chorar. Há casais que foram feitos uns para os outros. O meu casal preferido esteve junto 44 anos, ela foi sepultada no dia em que fazia 44 anos e 3 meses que se conheceram. Eu nasci desse casal, e tal como os filhos do casal do filme assisti a discussões, crises, desabafos, gritos e a muitas reconciliações. Porque quando está destinado, está destinado. ...
Late bloomers’ stories are invariably love stories, and this may be why we have such difficulty with them. We’d like to think that mundane matters like loyalty, steadfastness, and the willingness to keep writing checks to support what looks like failure have nothing to do with something as rarefied as genius. But sometimes genius is anything but rarefied; sometimes it’s just the thing that emerges after twenty years of working at your kitchen table.
Silence is Golden #82
Por vezes sinto que não é só a leitura que me faz viver mil vidas. A vida em si testa-me de tal forma que parece que vivo sempre uma nova cada vez que consigo transpôr uma nova barreira.
Earphone's on. Reality off #193
....
Sad, very sad.
So worried, so very worried.
So worried, so very worried.
:(
Earphone's on. Reality off #192
Filme: Une vie de chat (2010)
Na companhia dos sobrinhos vê-se filmes de animação.
Para grande surpresa minha aceitaram ver este filme porque o tio J. vive em Paris e querem conhecer melhor a cidade onde ele vive.
A sorte que eu tenho em ter já dois sobrinhos que lêem com facilidade. :)
A sorte que eu tenho em ter já dois sobrinhos que lêem com facilidade. :)
Engraçado e com uma história fácil de perceber, é um pequeno filme que entretém e que deixa um gostinho amargo na boca a pedir por mais.
Earphone's on. Reality off #189
the cells of this body
have all lost their memory
confused by each other
to work out of order
confused by each other
to work out of order
and i hate that they require
the need to be together
how could they go wrong
this terrible anatomy
will surely get the best of me
maybe they'd grow in someone else
we head back to your place
it's not such a nice place
i'm still a little nervous
i thought that you would notice
and i hate that this requires
for us to be together
maybe i was wrong
a simple little strategy
to get rid of all that's wrong with me
maybe they'd grow in someone else
watch as they grow in someone else
Earphone's on. Reality off #188
Silver and gold, silver and gold
Everyone wishes for it
How do you measure its worth?
Just by the pleasure it gives here on earth.
Oh I’m getting old.
Oh I’m getting old.
Everyone wishes for youth.
How have I wasted my life?
Trusting the pleasure it gives here on earth.
Lord, come with fire. Lord, come with fire.
Everyone’s wasting their time Storing up treasure in vain.
Trusting the pleasure it gives here on earth.
Oh I see the end. Oh I see the end.
Everyone’s waiting for death
How do you measure its worth?
Justice delivers its gift here on earth.
Earphone's on. Reality off #187
Don't tempt the souls
once left behind
(...)
I don't know
I don't know
I don't know
I don't know
where we go when we die
Earphone's on. Reality off #186
Everything is real
Nothing left to steal
Cause we're alright
We're alright
"(...) a gente não pode levar a morte a sério. Há que aceitar a morte como a impostora que é."
António Lobo Antunes (Entrevista na Visão nº921)
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