Make me somewhere I can call a home

Estou a fazer as malas.
À excepção do longíquo Natal de 1995 em que fiz as malas 15 dias antes da viagem, sempre fiz as malas de véspera ou no dia.
Não sei se é do cansaço, das saudades, da vontade de sair daqui, hoje comecei a fazer as malas para ir embora na sexta. Na sexta!!!

É verdade que este ano tinha decidido ir mais vezes à Madeira, o que acabou por acontecer apenas 3 vezes, até decidirmos que era melhor a minha mãe fazer cá os tratamentos e as cirurgias.
Mas, a mãe vir cá de mês a mês não tem o mesmo efeito em mim que eu ir lá.
Lá não tenho os amigos que tenho cá. E cá não tenho as amigas que tenho lá.
Não procuro motivos para voltar para a ilha e também não procuro razões para ficar por cá. Mas, nos últimos tempos se não me tivessem colocado no projecto do Porto sinto que teria definhado pouco a pouco.

Regressei à minha casa e estranhei-a.
Estranhei-a tanto que todos os quadros que tinha para pendurar ainda estão no chão. Estranhei o meu regresso a Lisboa e ter que andar de metro.
Estranhei o cheiro da cidade.

Tenho a sensação de que não sei aonde pertenço. Alguma vez esta sensação de "não pertença a sítio algum" irá passar?



Se continuar a pôr biquinis na mala, isto é capaz de passar, não? :)



Música: Zero7 - Home

1 comment:

  1. Nunca pensei que ao "googlar" : voltar para a Madeira, fosse cá para,num lugar onde mesmo na diagonal encontrei dezenas de sensações, pensamentos, angústias tão semelhantes ás minhas. Sou do Funchal, estou em Lisboa à 14 anos, e a chegar áquele momento da vida em que é agora ou nunca... voltar! E nem consigo conceber o "nunca".
    Bjos, foi bom descobrir o seu blog.

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