(escrito no moleskine a 8 de Novembro de 2012)
Com o objetivo de ter um breve encontro com uma amiga, despeço-me dele informando-o de que não demorarei mais que meia-hora. A porta fecha-se e o barulho chega com tal força aos meus ouvidos que o meu coração estremece e aperta o peito. Entro novamente em casa, peço-lhe para ir à casa da minha irmã durante o tempo em que vou estar fora, ele questiona o meu pedido, explico-lhe que não consigo deixá-lo sozinho em casa. Ele agarra de algo, e diz: "Está bem, aproveito e levo isto à tua irmã". Na companhia dele, mudo o meu trajecto acompanhando-o para ter a certeza de que ele não ficará só. Desde a passada sexta-feira, desde o momento em que tive que escolher entre ela e ele (ou fazia-lhe companhia nos seus últimos momentos ou ia com ele para ser assistido por causa de um ataque de nervos) que os remorsos, de o ter deixado a chorar no chão da entrada das urgências do Hospital, perseguem-me.
Continuar a amar, depois de ter visto a morte, devia ser mais fácil.
Hoje, mais que nunca, tenho medo de o perder.
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